quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Sobre a decisão de fazer UFF

A princípio, minha escolha tinha sido fazer Estácio. Isso no final dos idos 2011, quando comecei a pensar seriamente em fazer História. Tinha perdido a inscrição do Enem e também o prazo de inscrição para o vestibular da UFF. Tive um colega de trabalho que fazia T.I. à distância, pela Estácio e eu acompanhei vários processos (ele fazia as aulas no laboratório de informática, onde trabalhávamos). Vi como eram as videoaulas, vi como as coisas funcionavam e o material didático que os alunos recebem. Achei massa e pensei que se eu fosse fazer faculdade, faria assim por vários motivos: a praticidade e a oportunidade de fazer praticamente como autodidata, o preço é muito mais baixo do que a graduação presencial, eu não preciso gastar dinheiro com passagens diárias à faculdade, é feito num ambiente de internet, com o qual eu tenho muita familiaridade, as videoaulas são gravações de aulas presenciais e isso é muito útil (é como estar numa sala de aula), todos os professores tem mestrado, e a carga horária do curso é muito boa. Além disso, ainda teria um fórum de discussão, onde professores e monitores tiram as dúvidas dos graduandos. Ok. Para mim era perfeito, se ajusta perfeitamente à minha forma de estudar. Naquela ocasião, quando eu não tinha feito vestibular pra nenhuma dessas opções (Enem, UFF e UERJ), a minha melhor opção era a Estácio.

Passou 2012 e eu não tive verba suficiente para entrar na Estácio. Entraríamos eu e minha ex-esposa, e isso dobra, automaticamente os custos. Ambas faríamos História. Eis que vem a separação e tudo vai mesmo por água abaixo. E então abre inscrição pro Enem e ele passa a ser a única forma de ingresso pra UFF, onde fiz um semestre de aulas de Egito com a Liliane, onde participei de uma jornada que me fez me apaixonar por simbologia egípcia. Simplesmente, o melhor curso de História da América Latina. Me inscrevi pro Enem e esperei. Mas todo esse vuco-vuco da separação me fez esquecer, completamente de que estava inscrita. Meu objetivo era conseguir uma nota que me garantisse uma bolsa na Estácio, de pelo menos 50%. Depois fiquei sabendo que a Estácio só trabalha com 100%, mas tudo bem.

Prestei o Enem, esperei pacientemente (ou quase) até o dia 28 de dezembro, quando sairia a nota e me surpreendi por ter tido uma média acima de 600. Principalmente quando vi todo mundo em volta se queixando de ter tirado notas baixas e tendo estudado. Ok. Agora seria esperar o ProUni abrir inscrições para que eu pudesse entrar na briga por uma bolsa em História. Certo. O ProUni não abriu. O SiSU abriu. Então simbora tentar UFF.

Eu não moro em Niterói. UFF sai caro. O material didático que eu teria na Estácio, de graça, eu teria que pagar na UFF. Centenas de páginas de xerox todos os meses. E teria que pagar passagem todos os dias. E perderia muito tempo com a viagem até a universidade. Não tem ônibus direto de onde eu moro, e eu teria que andar um trajeto de quase 2km até o bloco de História, no Campus do Gragoatá. Mais as refeições. E além de tudo, eu precisaria trabalhar normalmente e ainda cuidar da minha casa. Planejo um bebê pro ano que vem e seria realmente um desafio. Mas tudo bem, eu vou concorrer assim mesmo. Até porque eu preciso saber se passaria pra UFF depois de ter levado bomba duas vezes. Mas eu não pensava em cursar UFF. Queria Estácio. Na Estácio eu não precisaria nem trancar a Faculdade quando o bebê nascesse. Poderia continuar estudando de casa. Muita gente aí contaria com mamãe e papai para ajudar a tomar conta do bebê, mas eu não tenho esse benefício. Pra mim nada é fácil. Tudo vem com uma dose grande de trabalho duro.

Me inscrevi e algumas informações vieram de encontro a mim. Por ser cotista eu teria direito a uns auxílios que me ajudariam a reduzir as despesas com a faculdade. Isso soa bom pra mim. Outros sinais, como por exemplo, ter ficado em 1º lugar várias vezes durante as inscrições, me levaram a crer que eu poderia estar nadando contra a correnteza. Que eu deveria aproveitar as oportunidades e tirar o melhor proveito delas. Poderia estar sendo teimosa, quando o destino poderia estar reservando pra mim algo totalmente inesperado. O ProUni não abria nunca e eu estava ali, muito bem posicionada para a UFF com a possibilidade de ter gastos reduzidos, da mesma forma que seria na particular, com uma bolsa. Não seria isso um sinal?

Por fim, passei. Sim, fiquei feliz. Sou a primeira pessoa da minha família direta a passar para uma federal. Tapa na cara do meu pai, que me encheu tanto o saco. Pena que eu sei que isso nunca vai acabar... Sempre haverá mais encheção de saco. Da época de escola, vários amigos se fizeram faculdade. Só uma fez federal. Dá uma sensação boa, sabe... De que eu posso sim, fazer o que eu quiser. De que eu sou capaz.

Quando o ProUni começar, eu vou me inscrever. Vou tentar a bolsa pra Estácio. E se eu conseguir, vou analisar pra ver o que será mais vantagem. Pode ser a UFF. Pode não ser. E eu não vou mais atrapalhar o meu destino de acontecer. Vou fazer o que eu preciso fazer e o que tiver que ser, será.

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