segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Querida Amanda

Valente, você foi valente.
Sorriso lindo, olhos que nem a dor conseguiram apagar.
Entre as indas e vindas, sempre linda e confiante.
Às vezes batia medo, eu sei, você me disse. Mas nesses momentos, a sua fé te mantinha firme.
Eu me lembro da primeira vez que te vi no corredor da escola. Que olhos, que linda, eu pensei.
Várias vezes eu vi você esbravejando, ameaçando e brigando com outras pessoas. Você tentou, Amanda, manter as pessoas afastadas. Você vendeu, mas nós não compramos. Nós entendemos o que você queria: gente que te amasse de graça, que te impulsionasse a crescer. Alguém que contivesse seus ataques de raiva com risos e conversa leve. Fico honrada de ter podido te ajudar um pouco nisso, pelo menos.
Eu sei que parece derrota. Depois de tanta luta, de tanta dor, não ter dado mais pra segurar.
Mas não é assim que você deve enxergar, minha querida.
Foi vitória. Você descobriu sua fé. Você conheceu amigos verdadeiros. Você uniu sua família. Você pôde demonstrar amor pela sua família e receber amor vindo dela.
Os caminhos de todos nós um dia serão interrompidos, é uma questão de tempo. Você ficou aqui por 17 anos, parece pouco tempo, mas você precisa se orgulhar da sua força. Você foi muito valente. Mais valente do que muitas outras pessoas em situações bem mais simples.
Não vou me esquecer da última vez que conversamos pessoalmente. Não me lembro mais das minhas palavras, mas me lembro das suas. Agora não há mais razão para ter medo, você sabe. As coisas ruins acabaram. Não há mais nenhuma limitação para o seu ser.
Então seja, Amanda.
Você nos iluminou daqui e agora nos ilumina daí.
Num piscar de olhos do tempo de Deus, nos veremos de novo. E então te darei o abraço apertado que não pude dar no fim.
Até lá.
Com amor,

Naluh

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