sábado, 18 de outubro de 2014

Sobre não ceder aos desejos da depressão

A ansiedade tem estado presente na minha rotina mais do que eu poderia tolerar. Tem sido um tempo difícil de alguma dificuldade para dormir, em alguns momentos, de problemas de concentração e na realização de algumas tarefas, principalmente as relacionadas com a universidade.

No início do ano eu recebi uma bolsa da UFF pra fazer um curso de alemão em seis semestres de forma completamente gratuita. É maravilhoso porque esse curso seria caro, se eu tivesse que pagar, e eu preciso do alemão na área de egiptologia. E, recentemente, tive vontade de fazer dança do ventre novamente. Como o universo conspira, eu soube que tem aulas gratuitas no ginásio do Caio Martins, a poucos quilômetros de onde eu estudo. Como eu passo a maior parte do meu tempo sentada ou deitada (dormindo) eu decidi que é muito importante que eu faça uma atividade física, obviamente. Fui com a cara e com a coragem, depois de 7 anos sem fazer aulas, estando muito distante dessa realidade e mesmo sem ter muitos amores pela dança do ventre em si, porque atualmente se eu me identifico muito mais com o tribal.

Acontece que atualmente a depressão tem novamente batido na minha porta e eu tenho tido muita dificuldade de lidar com isso. Um desestímulo muito grande para realizar qualquer tarefa que eu tenha que realizar,  sensação de que eu não tenho sucesso nas coisas que eu realizo. O cachorro preto deseja muito a minha companhia em casa na minha cama de preferência no quarto escuro. A única coisa que eu realmente tenho vontade de fazer é comer e dormir.

Todas as vezes que eu saio para aula de dança do ventre eu penso muito seriamente se deveria ir para a aula ou para casa. O cachorro preto me faz pensar muitas coisas. Ele me pergunta se eu realmente quero fazer aulas, se eu realmente gosto de dança do ventre, se eu realmente tenho energia pra fazer isso, se eu não poderia fazer outra coisa útil nesse momento (o que é umengodo porque quando assim que chegasse em casa a única coisa que eu ia fazer era dormir), se não era melhor eu ir pra casa dormir, etc.

Já com o curso de alemão acontece um pouquinho diferente. Como o curso acontece na parte da manhã - ao contrário do curso de dança do ventre, que é a noite depois da aula, na sexta feira - eu me pergunto todos os todos os sábados, ainda na cama, por que é que eu preciso levantar. É importante frisar que, quando você está assim, não existe resposta positiva forte o suficiente pra te convencer, de verdade, de que aquilo vai ser bom pra você. Você pode se lembrar de todas as razões pelas quais você decidiu empreender aquela tarefa e a resposta vai ser sempre "foda-se, eu quero dormir".

E aí, movida como por uma mão invisível, eu me obrigo a levantar no sábado de manhã - o que muitas vezes faz com que eu me atrase muito, tipo 3 horas para uma aula que duraria 4. E, apaticamente, eu vou pro curso de alemão.

Nas sextas feiras, também movida como que por uma mão invisível, eu me encaminho na direção do ponto de ônibus que vai para o Caio Martins e, assim eu vou, da mesma forma, apaticamente, pra fazer aula de dança do ventre.

O importante, que eu quero transmitir neste post de hoje, é que mesmo sem  nenhuma vontade de fazer essas aulas ou perdendo a motivação no caminho, ou qualquer coisa do tipo, eu sempre tenho excelentes momentos nesses lugares.

Sempre vale tanto a pena! As aulas de dança me fazem sentir muito bem, com meu corpo, com a minha cabeça... E as aulas de alemão são sempre tão produtivas! É tão bom você chegar lá e aprender alguma coisa nova, que faça sentido. Perceber que realmente está aprendendo um novo idioma!

Vale tanto a pena!

Nesse momento eu só posso ser grata. Ao cosmos por facilitar esse momento pra mim. A todos os anjos que me protegem. À minha família que me dá apoio. E a mim mesma por não fuder com tudo.

Quero dizer com esse post que, se por acaso, alguém estiver numa situação similar e tiver a oportunidade de se inscrever em alguma atividade extra que não te consuma o tempo, que não te prejudique e que você saiba que é uma coisa que você gosta, vá. Se inscreva, faça. Vai ser difícil em alguns momentos. Mas se ignorar a apatia e se mover mesmo sem vontade, pelo menos no que se refere a essas atividades, vai valer muito a pena.

Vamos de pequenas doses de felicidade, já que tudo parece tão efêmero ou vazio.

Até.

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